A Importância da Cerimónia Fúnebre para aceitar a perda

2022-01-30

A Importância da Cerimónia Fúnebre para aceitar a perda

Regina Marques — Coach Sistémica

No dia 22 de novembro estivemos à conversa com o 1.º Parceiro Embaixador do projeto Funeral de Luz, Paulo Castilho da Agência Funerária Castilho, fundada em 1977 em Águeda.

Uma vez que lida diariamente com a morte e o luto, partilhou connosco algumas experiências e evolução de tendências no setor, mencionando que “hoje em dia tudo é possível, desde funerais com música ambiente, ao lançamento de cinzas no Mar, …”

Na abordagem ao processo de Luto testemunhou que “o Ser Humano reage de formas totalmente inesperadas durante o processo de Luto, e que o mesmo tem início precisamente na altura em que os familiares se confrontam com a necessidade de solicitar os serviços fúnebres.

Paulo Castilho mencionou que cerca de 95% das pessoas a quem presta serviço sabem o que querem. Contudo existem alguns familiares que aparentam estar “perdidos no deserto”, sem qualquer ideia do que pretendem, sendo este, um estado normal por se encontrarem emocionalmente em choque.

É de opinião que o tema da morte e do luto deveria ser abordado diariamente, pois ainda é evitado e considerado tabu, apesar de ser uma certeza que temos na vida.

Considera que as pessoas enlutadas, quer sejam, ou não, familiares desejam sentir muito apoio nesta última homenagem de despedida, sendo que nem sempre é fácil, uma vez que cada pessoa processa o luto de forma diferente, referindo, ainda, que “existem pessoas que só conseguem falar da perda muito tempo depois do funeral.”

Nesse seguimento e sendo um processo complexo revela que considera ser importante que os profissionais avaliem a prestação dos seus serviços, refletindo sobre o que eventualmente poderia ter corrido melhor, pois existem detalhes que fazem toda a diferença, como, por exemplo, o cuidado ao lidar com a urna e com os véus e que transmite muito respeito e consideração por todas as partes. Assim, “no fim de cada funeral que faço medito dois minutos”.

Apesar do processo de Luto ser único para cada pessoa, considera que as cerimónias fúnebres são essenciais para que os familiares e amigos possam iniciar o processo de luto de forma saudável, pois existe a necessidade de aceitar que efetivamente há uma perda física da pessoa que partiu, apesar do vínculo perdurar através do sentimento de Amor.

Questionado sobre como é que encontra forças para dar consolo às famílias, Paulo Castilho responde que partilha a sua energia com os outros para os poder ajudar, mas também quebra e, nessas alturas “penso nos vários casos de pessoas que estão bem piores e com muito mais dificuldades que eu. É isto que me dá a força e a coragem para continuar a fazer o meu trabalho o melhor que sei e o melhor que consigo.”

Há que ter força e coragem para superar, pois “o fim da esperança, pode ser o princípio da morte” – Charles de Gaulle.

Por isso, se precisar de apoio estamos aqui para si!

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