Para além do impacto das restrições nos serviços fúnebres, as restrições de contacto com os familiares residentes em lares, causaram transtornos, que se refletiram mais tarde na incapacidade dos familiares aceitarem a morte do seu familiar.
Os familiares não só se viram impedidos de visitar os seus familiares nos lares como também de ver o corpo da pessoa falecida, dificultando o processo de consciencialização da perda “impedidos de confrontar a realidade de que aquela pessoa não está mais presente entre nós é, de facto um trauma muito difícil de recuperar”.
As restrições impostas afetaram, também, os velórios de forma brutal, dificultando o início do processo de luto, pois é durante as cerimónias fúnebres que os familiares se reúnem para partilhar a dor e desabafar as mágoas relacionadas com a perda do seu ente querido. Concluiu que “o processo de luto já é de extrema dificuldade, mas o COVID-19 veio torna-lo quase impossível.”
Paulo Castilho partilhou connosco uma das histórias que mais o marcou em janeiro de 2021 sobre um casal, cujo marido e mulher faleceram a oito dias de distância um do outro, e como os filhos se encontravam em isolamento profilático nenhum deles pôde comparecer no funeral dos pais.
Esta restrição marcante gerou, certamente, um sentimento de culpa nos filhos por não terem podido estar presentes e verem-se impedidos de prestar uma última homenagem aos pais.
No seguimento destas adversidades Paulo Castilho é da opinião de que o Projeto Funeral de Luz vem ajudar e trazer uma alternativa às possibilidades existentes para quem quer superar o luto.
Existem vários psicólogos e psiquiatras que abordam os temas do luto, mas um projeto com um espaço dedicado que permite às pessoas partilhar as suas mágoas, onde podemos superar a dor com o apoio uns dos outros e como cereja no topo do bolo, poder contar com o apoio de alguém especializado no luto é de facto único, pois “as pessoas precisam cada vez mais do apoio umas das outras.”
A partilha da dor e da mágoa permite que todos os que se encontram no mesmo processo se apercebam que não estão sozinhos. Cada mensagem partilhada no Luto Solidário (https://funeraldeluz.pt/luto-solidario) fará com que a dor do próximo seja atenuada, uma vez que vai contar com as várias mensagens de apoio de quem já passou pelo mesmo.
Para além disto o projeto oferece, ainda, às funerárias ou familiares um espaço dedicado à pessoa falecida para que os familiares e amigos possam deixar mensagens de apoio, posteriormente compiladas num e-book e oferecidas para recordação.
Homenagear a pessoa falecida, por um lado, e exteriorizar a dor da perda, por outro, são dois movimentos que o vão ajudar tanto a si como ao próximo!
Vamos superar juntos, e quando falamos em superar não significa esquecer quem morreu, mas sim permitir-se avançar e fazer algo de significante com a sua vida. Permita-se sentir, ajudar e ser ajudado!
É importante que quem esteja a passar por um processo de luto não se isole nem se feche numa concha, porque “a pior prisão do ser humano é um coração fechado” – Papa João Paulo II.
Paulo Castilho termina com uma mensagem de incentivo para que as pessoas procurem ajuda para superar o processo de luto e melhorarem a sua qualidade de vida.
Estamos juntos nesta caminhada e, se já passou por esta experiência convidamo-lo(a) a deixar a sua mensagem no nosso website.
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